sábado, 24 de abril de 2010

Vento nos olhos

Apagaram-se
as lágrimas
taciturnas
ventou em meus olhos
ardeu a alma
como furnas
o vento arde...
ventou em meus olhos
então enxerguei
desinventaram
as imagens
ventou em meus olhos
o vento arde
fiz algumas paragens
e parou a ventagem
os olhos começaram a ventar...
voaram até
o céu alcançar
um fim de tarde

Vagareza

Suave e lenta
in-venta
de dentro prá fora
arrebenta
a dor
e promete
repete
o calor
que acalenta
e demora
e tenta
descolora
desinventando
o agora

Paragem

Parou a ventania
tudo parou
até o tempo
não consigo voar
pareço pipa pendurada,
atrás da porta ,em dia de chuva
mensageiro do vento silencioso
só me incomoda
a falta de som
esse marasmo agudo
que me parte ao meio
preciso do ar em movimento
quero oxigenar
quero vento
quero ventar
desinvento
desinventar...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

peixe voador

Pássaros marítimos
voam pelas águas
pensamentos íntimos
liquidificam
evaporam
e são soprados
peixes alados
mar e céu
lado a lado
fatia de vento molhada
Peixes-Pássaros
em revoada

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Fogo e vento

O vento
que o fogo alimenta...
O fogo
que do frio afujenta
fogo e vento
à proporção que aumenta
parece guisado
de pimenta...
No Rio é Botafogo
na Islândia é Vulcão
no pós-jogo
sobrecarga de alegria
e de fumaça
que embaça
mas não desenlaça
essa fusão:
Fogo e vento
nesse momento
é só sensação...

sábado, 17 de abril de 2010

brisa morna

Amizade
brisa morna
que de verdade
se entorna
em solidariedade...

Não tem vento
que derrube
elemento
que perturbe
esse sentimento
de dignidade

amigo
é acalanto
carinho
sem desencanto
sensação de eternidade.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Com o vento





No colo do vento,
Sinto protegida
minha liberdade,
esse eterno rebento
poesia parida
na intensidade
de ser destemida...
onde desinvento.

Lenço ao vento

Frio no pescoço

chega devagar

seu moço

vento sedução


Faz cai o pano

faz um alvoroço

parece um cigano

lendo minha mão


seus olhos são duros

expressão madura

seus cabelos escuros

toda a intenção


balança a cabeça

dança como o vento

prá que eu não esqueça

um lenço de sentimento

voa colorido

mudando os passos

acha outro sentido

me prende em seus laços


de repente somem

dança, lenço, homem

prá não mais voltar

sopra um vento seco

que me faz chorar

e me leva pro beco

diz-me um segredo:

aparecerei sempre que ventar.

Chuva de vento

Desconhecidos
sentido e direção.
Rosa dos ventos?
Todos perdidos
na sensação
de sentimentos
em inundação.
Tomada de absurdo
sem conexão,
desligados..
vazios de tudo
cheios de reflexão...
chuva de vento
sem consentimento
imersão

pára essa chuva
de tanta viúva,
chega de previsão.
só resta o sol
da resignação.
Traz algum alento
faz soprar o vento
noutra direção
onde não haja gente
que em tom
tão clemente
pede proteção.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

vento repentino

Brisa perturbadora
venta suavidades
parte devastadora
como algumas vontades...

Nasce vento encanado
sopro planejado
sem desatino
feito Vela manejada
acompanho a rajada
vento repentino...

da leveza
fica a incerteza
do vento
sobra a correnteza

vou...ventando
brisificando
na chuva que lubrifica
Por que o vento vai...
nunca fica.