segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Silêncio poético

Os portais se abrem
empurrados pela força do vento.
As janelas fechadas
para o céu...de tempestade.
A chuva penetra,
atravessa as paredes e  a verdade
como palavras atiradas
sobre o desejoso papel,
ultrapassam sentidos...
E no fim de tarde
as folhas  molhadas
desenham poesia...à granel
e em rítmos desinibidos
pintam paisagens caladas...
 após sopros atrevidos
(re)tocados com um pincel
silêncio pelas calçadas.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

(Re)moinho de (in) vento

Ando tão in,
que ultimamente
já não caminho...
só vento
 e apenas giro
contente
redemoinho
dentro de mim.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Honra ao Mérito

                      Para minha pequena notável
O sol brilhou
a chuva veio te ver
as estrelas sorriram prá ti
e o mar gargarejou teu nome.

Não houve rima,
mas você cresceu
entre o verso e o reverso
e virou Poesia...

Pé de vento

Minha mãe pedia
prá eu me proteger
dos golpes de vento.
Eu, bem arredia,
só pensava em crescer
naquele momento.

Nunca pensei que vida
pudesse golpear
nosso pensamento,
nem que a verdade contida
mesmo por se amar,
fosse ao ar em movimento
e conseguisse guarida
ao se revelar, ou se rebelar
através de um novo elemento...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Soprando a poeira

Comemorações invisíveis
no veio da memória...
Profundas marcas
que o tempo (a)guarda
e não consegue apagar.

Quem devia já não lembra
quem não devia não esquece...
Foi num dia assim...
brindado com vinho ruím.
O gosto daquele momento
ainda brota na boca,
engulo com o resto de passado...
o primeiro parágrafo
de uma história
que precisou ser escrita
até o fim.

Troco as reticências...
e o amor sem acabamento,
pelo ponto final  lendário,
gerado pelo esquecimento,
O vento carrega o calendário
num domingo que arde,
e já vai tarde.
Parte com arte.
Nosso amor teve um enfarte.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Doce Tempestade

Sopra insanamente
o vento dos justos
instalando a varredura
não permite o que mente
e vai dando sustos
aos que fazem censura

Professa a tempestade
derruba, inunda, carrega
tudo que não é verdade
a força do vento renega

Doce força chuvosa
lavando os pés  e o coração
na tarde, há cheiro de rosa
de Nossa Sra. da Conceição

Fica então a leveza
e  o brilho de Olorum
depois da chuva a beleza
brilha sobre as águas de Oxum.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Desinventando o mito


                                          Para Jairo

Desinvento um calcanhar
para ventar com Aquiles
Controvento a selar
pé ante pé devagar
quem arranca toda a biles
 a me acompanhar


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Vento invertido

Ventei um vento inventado
meu poema ficou o odasevni
tentei soprar , prá mudar
engoli os versos não pude  rarpos

samir e omtír ficou tudo ao contrário
não posso  ratlov   perdi o itinerário.
Moro em pasárgada, se eu perder o trem
não ofotres mais com ninguém...

uoS  Desinventora
quero esvaziar o sentido
costurar invertido
essa oãsrevni perturbadora.

Suave resignação...

Venta gratidão pelas minhas  janelas
as portas, lentamente,  batem entre elas
sopram no mar  e no altar as velas
borram-se suavemente as telas
uma aquarela sem querelas...
abstraindo traços de vielas
descubro em mim muitas elas
em minhas ocultas tabelas
exponho-me em baixelas
ao dizer:  Obrigado, por eu ser em parcelas!