sábado, 27 de agosto de 2011

Ausência

Tudo me parece pela metade:
o outro - eu - você - nós
incompleta  é nossa vontade
mesmo juntos, estamos a sós.

Partiu sem nunca está aqui
na verdade jamais chegou
acreditei, amei, me iludi
nem sequer compartilhou

Não esteve comigo
acho que nunca existiu
jamais foi meu amigo
nem apareceu e sumiu.














Zona de impedimento

   Nunca vou te encontrar. Talvez porque te procuro com olhos livres, ou com abraços largos demais. Os desencontros são diretamente proporcionais ao espaço que existe entre nós.  Há laços, mas não há nós.    
  Vagamos, brincando com a possibilidade de nos esbarrarmos ao acaso. Mora entre nós um sentimento desabrigado, sobrevivente as intempéries a céu aberto, peito aberto, olhos despertos, mesmo quando fechados. Você cabe em meus textos, não nas minhas noites.Eu frequentei sempre suas noites, nunca seu dia a dia. Somos aprisionados a nossa liberdade, temos medo de perdê-la e seguimos escravos do desejo.
   Não nos damos o direito de sermos felizes por vaidade, liberdade, idade...Uma cumplicidade no entanto mora nessa forma de nos impedirmos. Por isso, acredito, que a não ser que quebremos as algemas e tenhamos coragem de nos arriscar, jamais nos encontraremos.
   Ainda assim, até a próxima...
"O homem é o único animal que julga."
                                                                                      Murilo Mendes

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

tempo par ti do

                    partes
     fragmentos
es
   ti
      lha
          ços
                 memórias
     pensamentos
 pe 
      da  
           ços

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sinto o vento dando um nó
gravata do pensamento
intensidade do momento
o mundo cheio de eu-só

Numa caminhada alada
vagueio pela vida
sigo comprometida
pisando minha calçada

contemplo meu desatino
processo elementares
vagueio pelos lugares
usando a ponte do destino