domingo, 24 de novembro de 2013

Chão do infinito


foto: Cláudia Lemos

Um singular raio do sol
amanheceu-me
em pétalas
no jardim de um sorriso azul

Anoitecendo
a lua recolheu o brilho
e uma flor marinho brotou
em meu céu

Nas horas abertas
a chuva lança cores
em nosso quintal turquesa
para a florada passarinheira

Na semente do tempo
rasga-se o horizonte
e a cortina azulejada de estrelas
é a bússola dos nossos desejos

domingo, 17 de novembro de 2013

Aluada



Foto de Claudia Lemos

Vi a lua,
andando no meio da rua.

Quem andava?
Eu ou a lua?

Onde habitava?
O céu ou a rua?

Só sei, que enluarava...
à noite nua.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Relógio de nuvens




A janela sempre aberta para um caminho distante
a preciosidade do tempo gesticulada na brisa
nenhum protagonista liderando a paisagem azul
rastros de folhas mortas, brotos paridos,
o chão preso a raízes e os olhos vadios
mergulhados em cores e doces nuances

teus passos ouvidos à dentro encharcam
a alma das coisas e dá sentido as horas
a espera emborcada sobre a mesa bebe
o adiamento da chegada, flor de quase,
de talvez - feita de incertezas e querências

nega-se o vínculo, a curva, o meio, o ponto
fronteira episódica bordada no silêncio da pele,
 na música do toque, na boca da palavra,
recheados pelo aroma de tantas impossibilidades
inviabilidades, incansáveis adiamentos e nuncas

portões para jardins babilônicos e surreais
álbum de espécies, fotos invisíveis
as pedras as árvores as mãos das gentes:
bússolas pra se perder, no próximo desencontro



domingo, 3 de novembro de 2013

Relume...






 O sol da poesia lambeu a minha manhã.
 Estou quarando,até agora,buscando um sentido,pra essa delícia que é viver.
 Cada raio é uma palavra que não consigo escrever, iluminando os poros do texto que sou.
 Embrutece-me de suavidades esse calor que amolece o poema, derretendo-o na paisagem azulzinha: cor de horizonte recuperado.