O vento que venta daqui é o mesmo que venta de lá? Não, eu sou controvento, ventania de esparramar, até virar brisa, desabotoar a camisa, para o sangue ventilar. Liquificar sem ar controvento suado, prá na liberdade do vento tocar, no sino, um dobrado e ventando poder voar, soando um verso molhado...
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domingo, 25 de maio de 2014
Túnel do vento
A criança lambe as feridas
esquece o adulto voraz
desfaz lembranças perdidas
apagando as digitais
a sombra estica a criança
o adulto fica assustado
a luz lampeja esperança
cura-se o machucado
num mesmo Ser: o trocado
de um tempo esquecido
é o presente e o passado
num movimento indeciso
na parede um retrato
é balanço pendurado
o prego conduz ao fato
faz-se estilhaçado
Renasce dos olhos fitos
a imagem da confiança
a desfazer os conflitos
na saliva da criança
O adulto reencontrado
na pele infante ferida
toma todo cuidado
com o presente da vida
sexta-feira, 16 de maio de 2014
O risco da lua
Enluarada de dúvidas
buscando respostas
no fundo do céu...
da noite que pulsa
remendo crateras
colagem de outono
na pálida figura
dessa musa avulsa
...cai sobre a poça
a imagem refletida
toco a lua molhada
eis o meu segredo
desfaço a memória
da imagem pregada
sobre a minha cabeça
na ponta do dedo
quarta-feira, 7 de maio de 2014
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