sábado, 19 de julho de 2014

superficialidades profundas...

Para Milan Kundera





Chove do céu da minha boca
estrelas molhadas
com sabor de via láctea
engolidas pela noite
até que o dia exploda
em meus olhos


Fatias do tempo
entortam os ponteiros
é  hora do infinito
incontável tempo d'alma
contemplação do Ir e Vir:
idades do Ser Eterno

Cambalhotas no centro de mim
pantagruelices de felicidade
Inversa a toda gente: sigo-me...
fujo a sobrevivelâncias abafadas
nos microcosmos cotidianos
cheios de amarguíces inúteis
vaidades tolas
disfarçadas em doces perfumes

Quero a livreza insustentável
do esvaziamento do sem sentido!



sexta-feira, 11 de julho de 2014

"Palavra, que estranha potência a vossa..." *



Ah, palavras!
Quanta vontade de sê-las...
Sendo assim eu-palavras,
consigo,então, vivê-las
e se viver é palavra,
palavreá-las inteiras...

Ave Lavras e pá,
pra torná-las sementeiras
no chão da poesia plantar
futuras palavras herdeiras
que a vida possa gritar
presente em tudo que há...
pés de palavrear

Colhendo a força poderosa
em poemas-estações
espalhar em verso e prosa 
na lavra do vento:
palavras, palavrinhas, palavrões...



*versos de Cecília Meireles.