Para Milan Kundera
Chove do céu da minha boca
estrelas molhadas
com sabor de via láctea
engolidas pela noite
até que o dia exploda
em meus olhos
Fatias do tempo
entortam os ponteiros
é hora do infinito
incontável tempo d'alma
contemplação do Ir e Vir:
idades do Ser Eterno
Cambalhotas no centro de mim
pantagruelices de felicidade
Inversa a toda gente: sigo-me...
fujo a sobrevivelâncias abafadas
nos microcosmos cotidianos
cheios de amarguíces inúteis
vaidades tolas
disfarçadas em doces perfumes
Quero a livreza insustentável
do esvaziamento do sem sentido!