domingo, 23 de agosto de 2015

49 anos-luz e flores!

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A boca mastiga o silêncio
ocas vozes plurais
na singularidade de ser
A pele lambida pelo tempo
controlador de tudo/
nada em sistemas solares

Há companhias absolutas
obtusos tic-tacs da vida
relógios de vento

O coração bate tambores
e surdos barulhentos
abrindo caminhos
condutores de etnias
gaiolas surrealistas
libertam realidades medíocres

Há companhias aladas
gritantes liberdades
plainando no céu de agosto

Acendem-se estrelas no céu
da boca da noite 
entre o nascimento e a morte
encontra-se o direito de viver:
o "instante já"
desenho feito desde a eternidade

os olhos saboreiam o horizonte
fotografia de textos
ouvidos tateiam a música da essência
dançam adentro dos calendários rasgados
com cheiro de tempo

sinto o aroma das dálias maternas
azaleias paternas
me fazendo Jardim
ainda a florescer Tulipas 
em minha Única descendente:
semente de amor

Há vida
 amor e liberdade
nada me falta
tudo me é permitido
na pétala que sem flor
não é 
e na flor que sem pétala
 não existe







sábado, 22 de agosto de 2015

Amor_tece



O terreno pedregoso
maquiado de suavidade
entre flores semeadas
sobre o grosso epitélio

raspado pelo carinho
o caminho segue
o sol esconde nuvens
as poças a chuva

o sorriso das árvores
num vento contrário
o silêncio das folhas
ao cair do orvalho

A vida toda confessa
melindrosa em força
a resistir a exigência
amanhece ao pôr do sol

brota estrelas no clarão
dos olhos cegos do dia
insiste o aroma da noite
nunca mais o novamente

Alinhavo da paisagem
na boca do grito
tecido de versos nus
silenciosas transparências

Amor costuradinho
no viés do vento
bainhado em felicidade
pela agulha da poesia