quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Excesso de nada

No teclado da chuva
acordo o tempo

não há motivo
pra desculpas
existe é medo
e recheio de culpas


na água sobre os telhados morenos
a pele é pouca,
muita é a carga
há tanto por dia

só não brota ternura
desse chão de primavera
o calor frita as flores
e os pássaros calados

só o vento sopra
contra as aragens
acarinhando a dor
de ser deixado no meio da praça

grita a consciência muda
das gentes que falam
mas não fazem

e essa água parada
contamina as vontades
Nadaísmo de quimeras.
Tudoísmo de vazios.



domingo, 16 de outubro de 2016

Roda dos ventos






Um sorriso corta o outro
na paisagem da alegria

Faz-se apenas uma boca
a cantar uníssona a liberdade

Encaixam-se as palavras
o pensamento e os corpos

 entre o céu e a terra
é vento, é água, é fogo,



quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Passagem Avessa




Atravessa essa rua
Ultrapassa o meio fio

Calçadas separam o ir e vir

Sejamos refluxos
encharcando de movimento
as vidas paradas 
que apontam os olhos
com medo do risco torto

Quanta falta de vida, na beirada do caminho
  não faz travessia.

Busca o meio do mundo!