sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Onde o Florão???

Pássaros sem bicos  cantam
até dançam se precisar
no silêncio se agigantam
e seguem a assobiar

lá ra lá do sabiá...
exilado pela queimada,
continua a suplicar
pela floresta incendiada.

Salvemos, salvemos,
o pendão da esperança!
tá virando cinzas...

















domingo, 15 de setembro de 2019

Dedo de vento

não mexe comigo
nem com o meu amigo

Pra que tocar no que não é seu?
Que prazer em depreciar...
A censura já morreu.
Pretende ressuscitar?

Os dedos provam o queijo alheio...
cutucando, lambendo
sem provar o recheio...

não mexe comigo
nem com meu amigo

Esse vento tenta desconstruir
mas não sabe o efeito
ventar é não proibir
leitura de qualquer texto ou contexto.


 Liberdade é mais que palavra
é fato feito , além do feitor
um dedo de vento é lavra
que queima o inquisidor.

Não mexe comigo
nem com meu amigo




domingo, 2 de junho de 2019

ventinho ordinário

O vento da balbúrdia
não passou por aqui
e como não rima com nada

apenas com estapafúrdia
segue falas e falácias
enquanto seguimos a estrada

Meu trabalho dedicado
feito de suor e amor
não tem sido balburdiar

apenas desvalorizado
pois pra falar do que não se sabe
melhor seria calar

domingo, 28 de abril de 2019

(...)



A liberdade vadia 
de quem não conhece corrente 
sopra o grito desaforado

no meio do fim do dia
quando o sol já poente
desenha o esboço rosado

A noite que não havia
cobre então toda gente
com o céu estrelado

E o sol que antes luzia
agora é lua crescente
num silêncio alado

Segue  misteriosa  a travessia
nesse madrigal dormente
por um tempo ensolarado

Provocando a harmonia
um futuro diferente: É urgente!
Onde o presente seja passado.



sábado, 27 de abril de 2019

Inteiros pedaços






Cidades de mim
atravessadas de ruas
bairros infinitos 
casas que nunca entrei

Mares de sim
tocados por margens nuas
ondas em gritos
praias que aportei

Céus sem fim
abraçados em luas
estrelas e ritos
por onde sempre voei

domingo, 10 de março de 2019

Sentido: já!

Olhos dançam sobre as dúvidas
e pontos finais desenham o horizonte.

Reticentes momentos
cicatrizam no relógio
o que não faz tictac

Braços envolvem o dia
aconchegando no colo
uma vontade atemporal
de viver apenas

Pés flutuam em calçadas de vento
e o tempo caminhante
edita o que é e há neste gosto do agora.

quarta-feira, 6 de março de 2019

Carta escrita sob(re) o vendaval...








Parágrafos líricos também voam...

   O papel seguro por uma pedra e as palavras circulando na cabeça de vento sobre as montanhas. Tentativas várias de alcançar a luz das sensações, sem pensamentos organizadores da fluidez desembaraçada, que tenta dar vida ao que há entre insignificantes e ressignificados. 
   Processo de refazimento  faz a carta em branco voar, como uma borboleta no azul do papel que misturasse ao céu e torna-se livre, carregando as intenções de palavras jamais escritas, apenas ensaiadas na expressão do pensamento, que ecoa fora, livre das amarras tecidas entre o papel e a tinta. 
     Entre o vento forte e o chão há leveza e simplicidade, liberta-se o poder de manipular o pensamento em palavras. Resta  sentir o que ficou e deixar ir o que nunca devia ter chegado, num parto do que livre nasceu pra Ser.