No teclado da chuva
acordo o tempo
não há motivo
pra desculpas
existe é medo
e recheio de culpas
na água sobre os telhados morenos
a pele é pouca,
muita é a carga
há tanto por dia
só não brota ternura
desse chão de primavera
o calor frita as flores
e os pássaros calados
só o vento sopra
contra as aragens
acarinhando a dor
de ser deixado no meio da praça
grita a consciência muda
das gentes que falam
mas não fazem
e essa água parada
contamina as vontades
Nadaísmo de quimeras.
Tudoísmo de vazios.
O vento que venta daqui é o mesmo que venta de lá? Não, eu sou controvento, ventania de esparramar, até virar brisa, desabotoar a camisa, para o sangue ventilar. Liquificar sem ar controvento suado, prá na liberdade do vento tocar, no sino, um dobrado e ventando poder voar, soando um verso molhado...
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quinta-feira, 27 de outubro de 2016
domingo, 16 de outubro de 2016
Roda dos ventos
Um sorriso corta o outro
na paisagem da alegria
Faz-se apenas uma boca
a cantar uníssona a liberdade
Encaixam-se as palavras
o pensamento e os corpos
entre o céu e a terra
é vento, é água, é fogo,
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
Passagem Avessa
Atravessa essa rua
Ultrapassa o meio fio
Calçadas separam o ir e vir
Sejamos refluxos
encharcando de movimento
as vidas paradas
que apontam os olhos
com medo do risco torto
Quanta falta de vida, na beirada do caminho
não faz travessia.
Busca o meio do mundo!
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