Os nós dos caminhos são muitos
e tropeçam nos pés que enfrentam
a vontade de ficar parados
lutam com a inércia e os sentidos
atiram-se em direções diversas
pra chegarem no onde do não sei.
As dúvidas reforçam os emaranhados
dispersos na intuitiva trilha
que se desenha ao vento ou pela chuva
os passos pesados afundam nas beiras
buscam eiras e escorregam nas incertezas.
Voos não cabem em asas recolhidas
de frio e medo, não embandeira-se
a liberdade
nem a leveza
é só chão
encharcado, enlutado e adornado
de lodos que deslizam os calçados
e os dedos da alma trêmula.
Adormecem,
tudo fica dormente
caĩmbras de inquietude desatinadas
prometem sob o ensaio lunar
a escuridão da lua nova, escondida
marcando o céu de estrelas feito.
Orvalha a manhã a boca ansiosa
sedenta de luz
e grita o encontro
do fim do caminho: _ Acabou!
Não quero mais tatear o desconhecido
preciso de mim sob a clareza
da minha própria decisão.
Meus braços são abraçados
minhas pernas levitam
as folhas do meu pensamento
em branco escrevem-se
no desejo de Ser o que quiserem
poesias de si mesmas
almas de outono
prometem
a primavera e a iluminação
das cores reluzentes das águas
que banham a face do renovo.As pontes suspendem veredas
pisadas, erguidas da lama
brotam um chão que eleva
nuvens no solo de junho.
Voos não cabem em asas recolhidas. Isso define o teu texto, tua escrita tão lúcida. gostei bastante. Salve a poesia !!!
ResponderExcluirGratidão 🙏🏾
Excluir