O vento que venta daqui é o mesmo que venta de lá? Não, eu sou controvento, ventania de esparramar, até virar brisa, desabotoar a camisa, para o sangue ventilar. Liquificar sem ar controvento suado, prá na liberdade do vento tocar, no sino, um dobrado e ventando poder voar, soando um verso molhado...
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quarta-feira, 6 de julho de 2016
Segue o vento
A liberdade do vento
sopra esse outono,
varrendo árvores
e tudo que não serve,
pra nunca mais voltar.
Parte em folhas secas
o que fomos, tivemos
e jamais terminamos
num pretérito imperfeito
que não cansa de existir.
Prossegue na linha
atemporal essa inconstância
filha dos de-sìgnos avassaladores
poesia azeda e doce
gosto de infância melada
e machucada em dores.
O instrumento natural
dessa estação atua
tocando a frente muda
e indelicadamente suave
a brisa atenta do recomeço.
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