quinta-feira, 18 de junho de 2015

Ventania às cegas


Cega-me o embaçar dos óculos,
ventos andarilhos,
bafo na lente
olhos interrompidos...

Ver o mundo
ver-se no mundo
engole-se a visão angelical
desconstruindo verdades
mentiras em tufões

a cegueira ensaia
a escuridão dos holofotes
vou atravessar um cego
e descubro que ele está parado
filmando pelo celular

aposento a bengala
correria em direção
de um horizonte
sem cor

é noite em pleno meio-dia
eclipsou-se a esperança
conjuga-se o verbo Ter

Ser? Pra quê?
fantoches ideológicos
buscando a luz
sob a lua pálida.





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