sábado, 22 de maio de 2010

O vento parado,
vazio de tudo.
Tempo congelado,
sopra o silêncio
da mudança.
O cenário mudo,
promove
um tufão,
que renove
o absurdo,
sem nenhum perdão.
Já não me iludo
com o tempo em ação...
uso véu de outono
eu veludo...
no verão
primavera
chovo chitão
inverno
sou nua
no meio da rua
esperando o trem
fora da estação.

Parada ao vento,
calendário revoltado...
desinvento o movimento,
controvento desejado...

sábado, 8 de maio de 2010

Receita para ventar

siga
as folhas
do outono
riscando o tempo
com olhar
e na leveza
do abandono
voe
no sopro
da natureza
entregue-se,
deite-se,
nas costas do vento
e deixe-se
levar

domingo, 2 de maio de 2010

Brisa, vento, vendaval, ou o contrário?


"O segundo poema mais lido desse blog"

Empurra as cortinas,
antes arrumadas,
feito casa de bonecas.
As bonecas de barro
quebram-se empurradas,
acordam de tantas sonecas...
Invadem cortinas de vento,
alertam-se os mensageiros:
_as bonecas espatifadas

misturam-se sobre as almofadas,
derramam-se os tinteiros,
sobre os livros raros.
Rabiscam as histórias
amarradas ao passado
o tempo é atropelado...

De repente em solo
sopra a calma
e chega a brisa,
limpando o embaraço,
acarinha o alvoroço,
tira da fruta o caroço
e sobre o caos deslisa.
No espaço
abertas as janelas
batem as portas
e o martelo arbitrário...
quebra em pedaços
a perguntar as comportas,
em estilhaços,
doce querela, autoritário:
É Brisa, Coisa Indecisa?
Ou Vento, Sem constrangimento?
Quiça Vendaval, Tempestade emocional?
Ou o contrário, Ser Itinerário?