segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

só uma pipa do tempo, Liberdade!

Quem inventou o tempo
nunca soltou pipa.
C. L.

O vento sopra o tempo
e os dias passam
folhinhas secas
instantes gastos...

Entre o sol e a lua
muitos planos
abrem cenas
fecham panos

alma nua
no camarim
da consciência
segue a disritmia
sem roteiro

o que fazer com o que sopra
sem parar dia-a-dia
tudo e nada
até a vida encher
e ficar vazia

ou aprumada
como pipa avoada
em tarde estia
na liberdade azul
acompanhada
de um contratempo

onde o vento havia
queria
via
ia
zerando a contagem
só de vadiagem
fazendo poesia





domingo, 16 de dezembro de 2018

Instante sempre


Meu tempo é aqui.
Meu lugar é hoje.
Sou verbo de mim.
Conjugo o infinitivo da vida
sem medo dos modos 
ou do fim.

domingo, 2 de dezembro de 2018

Olhos livres


No mar calmo
convite a flutuar
céu azulado de mar

Verdejando conversível
sobre a cabeça cheia de palavras
tocando a flor da pele

Desvairado vento
move a paisagem
e nuvens fazem poemas

No cinzento papel
cravam-se versos luzidios
raios festejam o movimento

Anoitece uma estrofe
e tudo acaba enluarado
num ponto escuro.