O vento que venta daqui é o mesmo que venta de lá? Não, eu sou controvento, ventania de esparramar, até virar brisa, desabotoar a camisa, para o sangue ventilar. Liquificar sem ar controvento suado, prá na liberdade do vento tocar, no sino, um dobrado e ventando poder voar, soando um verso molhado...
Pages
sábado, 19 de setembro de 2015
Morte e Vida da Poesia
Há indecisão nas palavras
flutuam no céu da boca
mastigam-se num silêncio audaz
Semeadura de lavas
escorre temente e pouca
na terra não se refaz
o significado não crava
a poesia fica rouca
fugindo de tanta paz
tudo o que se ensaiava
é estrofe de vida louca
sem poder voltar atrás
insensato o verso cava
da folha branca e oca
o sentido que aqui jaz
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
LIVRERDADE
as folhas correndo pelo chão
a pele seca a espera de chuvas
a liberdade plainando sem direção
sem portas e janelas as casas
sem braços, as mãos
os cachos cobertos de uvas
o corpo sem precisar do pão
livres todas as palavras
sílabas sem vogais
a língua voando de boca em boca
versos feitos em lavras
gritos mudos de ais
e a loucura nem muito nem pouca
as velas sem castiçais
o sopro acendendo as fogueiras
o fogo queimando o ar
a água lavando as sementes
da terra inda sem germinar
pontos e vírgulas pra mediocridade
sobre anil do papel apagado
consultas plurais com singularidade
o poema caminhando azulado
sobre os tons da livrerdade
quebra as correntes, o cadeado
...nasce esvoaçante a verdade
em um sistema escravizado
Assinar:
Postagens (Atom)