segunda-feira, 17 de julho de 2017

Matizes

Um passo ou dois
desliza o chão
ritmo da vida

antes ou depois
batuca o coração
som da despedida

feijão ou arroz
toda refeição
quer ser comida

retirou ou pôs
desejo na mão
vontade reprimida

fostes ou sois
silencioso refrão
voz dividida




terça-feira, 4 de julho de 2017

PLENITUDE


Entre o que fui
e serei
a mudança

rasgando o presente
abrindo caminhos

Onde meus passos
se quero voar?

marco o chão
com a sombra
das asas

o vento já não sopra
a dança da liberdade
é que faz ventar(o)lar

Não há fronteiras
para o
risco alado
de não querer pousar







sábado, 1 de julho de 2017

simulacro



Nunca é você.
Feito de nada,
atravessado,
quieto em gritos
guardados
num silêncio
morno e vazio.

Sua boca sempre.
Ensaio de canção
muda, sem tom,
surda de não dizer.

No olhar a cegueira.
Nenhum brilho
retinas cerradas.
Todo o horizonte
no risco do delineador.

Um rosto coberto.
Máscara de absurdos
disfarce no espelho
do ser que não é.