domingo, 20 de fevereiro de 2011

Bloco dos enluarados

                    
                                                                                                                                    
 Só volto quando a lua minguar...

A minha lua flutua
debate-se num céu de carnaval
e vira um pandeiro, no terreiro
e vira tamborim no quintal.

A lua nua em meu olhar
sacode-se enfurecida
circula entre-estrelar
confete do universo e da vida.

O vento liberta o luar,
 lapida as noites  ranzinzas
em blocos de luz faz sambar
             até quarta-feira de cinzas



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

CUIDADO!

     Todo
meu        mo
                    vi
                        mento
começa
                e   
                       termina
                                                                                                                    no vento...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Vento Floral

"A cada dia basta o seu cuidado.”                                                       

Ligações obtusas
vontades óbvias.
Quereres interditos
olhos que gritam
Vagos espaços
apertos comprometidos
mãos que tocam
músicas subliminares
batuques suaves
com cheiro de lírios
(que falam)
tua felicidade
minha voz rouca
confissões suadas
quintais inventados
prá gente dançar
e cantar:
"eu sou assim
quem quiser
gostar de mim
eu sou assim".

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Encontro dos ventos

Teu amor é um ar
ventilando
o desejo
de viver e tocar,
realizando
tudo num beijo.

Oh Vento,
sopra sem parar...
prá na liberdade
haver a chance de encontrar
e cantar dessa laranja a metade.

Dê asas a essa invocação
e ao que a vida aprisionou,
sob o encontro de vias e desvios.
Permiti-nos essa sensação,
libertos do que passou,
abandonando  guias e guizos

Atravessa as estações,
nuvens temperamentais
e arremessa-nos a emoções,
além de varandas e quintais,
sem moinhos de ilusões
faça-nos  presenças reais.

Sejamos laçados pela vida
abraçados e queridos,
jorrando a vontade contida
dos ventos entorpecidos,
pelo tempo impedida,
furacões interrompidos...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Ausência de vento

                                              

Entre eles há tanto remédio
que nem o amor pode curar
vidros vazios, comprimidos de tédio
nenhuma infecção hospitalar
que contamine esse assédio
do oxigênio que não permite respirar...

Vento marítimo

Acena um vento do Mar.
Odoyá!
As ondas vejo
desenhando na areia
na forma de um grande beijo
a doçura de Iemanjá
cantada na voz de Sereia
realizando o desejo
dos pés que a água tocar...