No teclado da chuva
acordo o tempo
não há motivo
pra desculpas
existe é medo
e recheio de culpas
na água sobre os telhados morenos
a pele é pouca,
muita é a carga
há tanto por dia
só não brota ternura
desse chão de primavera
o calor frita as flores
e os pássaros calados
só o vento sopra
contra as aragens
acarinhando a dor
de ser deixado no meio da praça
grita a consciência muda
das gentes que falam
mas não fazem
e essa água parada
contamina as vontades
Nadaísmo de quimeras.
Tudoísmo de vazios.
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