quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Excesso de nada

No teclado da chuva
acordo o tempo

não há motivo
pra desculpas
existe é medo
e recheio de culpas


na água sobre os telhados morenos
a pele é pouca,
muita é a carga
há tanto por dia

só não brota ternura
desse chão de primavera
o calor frita as flores
e os pássaros calados

só o vento sopra
contra as aragens
acarinhando a dor
de ser deixado no meio da praça

grita a consciência muda
das gentes que falam
mas não fazem

e essa água parada
contamina as vontades
Nadaísmo de quimeras.
Tudoísmo de vazios.



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