sábado, 1 de julho de 2017

simulacro



Nunca é você.
Feito de nada,
atravessado,
quieto em gritos
guardados
num silêncio
morno e vazio.

Sua boca sempre.
Ensaio de canção
muda, sem tom,
surda de não dizer.

No olhar a cegueira.
Nenhum brilho
retinas cerradas.
Todo o horizonte
no risco do delineador.

Um rosto coberto.
Máscara de absurdos
disfarce no espelho
do ser que não é.



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