terça-feira, 22 de junho de 2021

Por Aí...

 Os nós dos caminhos são muitos

e tropeçam nos pés que enfrentam

a vontade de ficar parados

lutam com a inércia e os sentidos

atiram-se em direções diversas

pra chegarem no onde do não sei.

As dúvidas reforçam  os emaranhados

dispersos na intuitiva trilha 

que se desenha ao vento ou pela chuva

os passos pesados afundam nas beiras

buscam eiras e escorregam nas incertezas.

Voos não cabem em asas recolhidas

de frio e medo, não embandeira-se

a liberdade

 nem a leveza 

é só chão

encharcado, enlutado e adornado

de lodos que deslizam os calçados

e os dedos da alma trêmula.


Adormecem, 

tudo fica dormente

caĩmbras de inquietude desatinadas

prometem sob o ensaio lunar

a escuridão da lua nova, escondida

marcando o céu de estrelas feito.

Orvalha a manhã a boca ansiosa

sedenta de luz 

e grita o encontro

do fim do caminho: _ Acabou!

Não quero mais tatear o desconhecido

preciso de mim sob a clareza 

da minha própria decisão.

Meus braços são abraçados 

minhas pernas  levitam

as folhas do meu pensamento

em branco escrevem-se

no desejo de Ser o que quiserem

poesias de si mesmas

almas de outono

 prometem 

a primavera e a iluminação 

das cores reluzentes das águas

que banham a face do renovo.

As pontes suspendem veredas

pisadas, erguidas da lama

brotam um chão que eleva

nuvens no solo de junho.






2 comentários:

  1. Voos não cabem em asas recolhidas. Isso define o teu texto, tua escrita tão lúcida. gostei bastante. Salve a poesia !!!

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