sexta-feira, 4 de março de 2022

Veredas?!

É preciso estiagem:
um ser tão interno,
que enxugue o chão.

Para a engrenagem:
primavera, nem inverno,
nenhuma chuva de verão.

Água?! Só à margem,
no centro o inferno,
por dentro um vulcão.

Busco uma linguagem
e escrevo um caderno:
arranhando com a mão.

Invisível paisagem
nesse essencial eterno:
sou abismo num vão. 

Uma pálida imagem
desmaiada no externo,
desfaço a conexão.

Eu já sem maquiagem
Sobre o leito iberno
regando meu coração.

Sonho uma tatuagem,
num movimento terno,
cacto em floração.

Acolhida na folhagem,
cheirando a colo paterno,
acordo em inundação.












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