O vento que venta daqui é o mesmo que venta de lá? Não, eu sou controvento, ventania de esparramar, até virar brisa, desabotoar a camisa, para o sangue ventilar. Liquificar sem ar controvento suado, prá na liberdade do vento tocar, no sino, um dobrado e ventando poder voar, soando um verso molhado...
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quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Relógio de nuvens
A janela sempre aberta para um caminho distante
a preciosidade do tempo gesticulada na brisa
nenhum protagonista liderando a paisagem azul
rastros de folhas mortas, brotos paridos,
o chão preso a raízes e os olhos vadios
mergulhados em cores e doces nuances
teus passos ouvidos à dentro encharcam
a alma das coisas e dá sentido as horas
a espera emborcada sobre a mesa bebe
o adiamento da chegada, flor de quase,
de talvez - feita de incertezas e querências
nega-se o vínculo, a curva, o meio, o ponto
fronteira episódica bordada no silêncio da pele,
na música do toque, na boca da palavra,
recheados pelo aroma de tantas impossibilidades
inviabilidades, incansáveis adiamentos e nuncas
portões para jardins babilônicos e surreais
álbum de espécies, fotos invisíveis
as pedras as árvores as mãos das gentes:
bússolas pra se perder, no próximo desencontro
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