segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

No seio da ceia


Henry Matisse


 No rastro do tempo, tudo o que já foi, fomos, ou deixamos de ser. Seguimos em direção ao horizonte aquarelado, permanecendo imóveis por dentro, até que nossa infância se ilumina e o nosso adulto do ano  inteiro entra de férias: É natal!  ...Voltamos. Já não somos os mesmos, nos tornamos outra poesia.
  As lembranças - até elas - surgem com outra roupagem, ainda que com o sabor de rabanadas e cheiro de família = Todo mundo falando ao mesmo tempo e ninguém ouvindo ninguém: uma feira de contos, causos, piadas e saudades...
  Vamos as compras (de) comida, (de) bebida, (de) regalos e enfeites, em busca do presente do passado e querendo ser passado para o presente. O cenário, às vezes, conserva, à sombra da mesma árvore, a mesa, a exposição de receitas, o brinde do vinho sagrado, mas as memórias, neste momento, impregnam nosso espírito de uma sensação que  manifesta a nossa experiência no seio de renascer na ceia de prosperar.
  E, então, tudo o que desejamos a todos os nossos herdeiros é que continuem a Ser esse Universo Particular do Natal, celebrado no seio do nosso presépio e finalizado na Ceia de nossos últimos, desde os primeiros. 

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