O vento que venta daqui é o mesmo que venta de lá? Não, eu sou controvento, ventania de esparramar, até virar brisa, desabotoar a camisa, para o sangue ventilar. Liquificar sem ar controvento suado, prá na liberdade do vento tocar, no sino, um dobrado e ventando poder voar, soando um verso molhado...
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quinta-feira, 18 de junho de 2015
Ventania às cegas
Cega-me o embaçar dos óculos,
ventos andarilhos,
bafo na lente
olhos interrompidos...
Ver o mundo
ver-se no mundo
engole-se a visão angelical
desconstruindo verdades
mentiras em tufões
a cegueira ensaia
a escuridão dos holofotes
vou atravessar um cego
e descubro que ele está parado
filmando pelo celular
aposento a bengala
correria em direção
de um horizonte
sem cor
é noite em pleno meio-dia
eclipsou-se a esperança
conjuga-se o verbo Ter
Ser? Pra quê?
fantoches ideológicos
buscando a luz
sob a lua pálida.
domingo, 7 de junho de 2015
Destemporalidade
"Expandir-se é a própria alegria de viver." Clarice Lispector
Ó tempo, me irrompe
como uma brisa tufão
rasga esse ontem
abre trilhas e caminhos!
que presente é o agora
coisa boa de viver
nesse vento que devora
minha liberdade de Ser
Ó tempo, faz-se suave
como pétala de flor
abre de leve o futuro
costurando desalinhos!
essa hora imediata
momento só meu
sopra segundos e dilata
Ih! Já aconteceu.
Ó tempo, pára ampulheta
e sente o silêncio a rosnar
dentro de ti um cometa
permanece a brilhaaaaarrr!
Na palma da mão o temporal
vazando à chuva-solar
relógio parando Kronos
esse deus semi-carnal
que insiste em nos devorar
Ó tempo, sejamos eternos
sem controle à semear:
verões, outonos, invernos...
nessa primavera particular!
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