sábado, 30 de abril de 2016

Entre lençóis e escotilhas

   

     Tantas diferenças nos revelam iguais. Quanto mais distantes, mais próximos. Se somos mais óbvios mais obtusos. Seguimos assim penetrando lençóis e escapando por escotilhas.
        Cenas inventadas dentro de uma realidade friamente calculada - os olhos sem ver saídas - apenas entradas escapatórias.
     O toque suave do que nos cobre e a brutalidade ferrenha do que nos escapa, rasgando-se a delicadeza.
         Nada equivalente, todo espedaçado é o quadro da vida, pintado pelo sopro do acaso.
      Lenços imensos,  cobrindo desalinhos, formas amassadas contra a gravidade, enquanto leves tecidos sopram os varais.
     Sejamos livres, fazendo asas em tecituras  e colocando o controverso para o fundo do mar, conferindo-nos os paradoxos, como temperos a iguaria de viver.
        Complexos opostos que dão sentido ao nosso caminhar... 
 

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