terça-feira, 12 de julho de 2016

Metade de mil


Podia rimar tempos e ventos
não há ritmo às palavras
fluídas, fugazes e sólidas
na surrealice  etérea
desse consciente-abstrato

Sopra aqui há alguns versos
sonetos com chaves de alumínio
epopéias ventinescas
quixotes carnavalescos
dulcinéias em moinhos tácitos

 A impermanente certeza
corrói na ventilhagem
perfis e cílios postiços
engomados de expectativas

Castrada toda falta de liberdade
e o vento segue soprando a areia
tênue entre a  forma e reforma
contrato com a desnecessidade
do limite derrubador de pensamentos

Pouca poesia pra muito vento:
metade de mim.
Mais que trezentos e cinquenta, Mário!
Sou Quinhetos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário