Seu corpo, impresso no copo,
em pontas de dedos,
digitais que reconheço pelo cheiro.
Aroma de demora...de talvez.
Identidade visível pelo gosto impregnado
na forma dos lábios
selando a boca do corpo.
Desde que foi, na borda empoeirada é silêncio,
sobre o aparador, apontando prá porta.
tudo é digital desenhada na memória,
desfeita nas marcas da sua fugaz ausência,
sempre presente.
E o corpo do copo é você:
cheio de nada, vazio de tudo.
Uma instalação de vanguarda: um absurdo
que há porque inexiste.
Um ser de transparências feito,
sem nenhum efeito.
Está eternamente,
por ter partido
e é por não ser,
ou quem sabe,
nunca ter sido, ou ficado.
Na fotografia do tempo,
o seu adeus tatuado
na imagem do co(r)po
abandonado num canto.
Rastro de Curupira
invertido prá dizer que foi,
quando nunca saiu daqui.
Ainda bebo dessas lembranças,
sentindo o improvável gosto acre-doce
da desilusão em goles secos
de saudade do que não houve.
Claudia, o que dizer!?
ResponderExcluirLindo!
Lindo demais!
Um beijo.
Este é o segundo texto que leio esta semana e tenho uma estranha sensação de ¨lindeza¨...
ResponderExcluirLeia:
http://walkyria-suleiman.blogspot.com/2011/06/luto-2.html