sábado, 15 de novembro de 2014

ABOLIÇÃO




Há liberdade na solidão
coragem sagrada
feita de silêncio
contração de sumos
feito canetas tinteiros
carregadas de lembranças
sem escrever sequer palavra

Só tem um ar chuvoso
umidece estamparias invisíveis
curva joelhos em tecidos celestiais
beija o chão com a cabeça
é uma Yoga Poética

A pele do silêncio
essa casa da mudez
protege e usurpa o grito
de olhos vermelhos

A peleja me escurraça
e revigora a tez
O silêncio é meu próprio sangue.
O suor reclama cansaço
e nega a verdade

Perco o hábito de falar
Investigo a semente do silêncio
no ponto finalizador
encerrador de idéias
atos e palavras.

O olhar fala
faz careta
brilha
não há silêncio nos olhos
mesmo fechados
habita o dito e o interdito

Na fenda do calaboca
há chamas apagadas
incendiando sossegos
ebulição do todo
abolição do nada

O silêncio é uma ousadia
atletismo da inércia
palavra controversa
submersão da poesia
onde tudo



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