quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Vento transeunte

Sopra o vento
carregado de areia
em meus olhos
cor de chuva

Não posso ver
as pupilas são o mar
salgando a boca seca
toca o realejo
a sorte do encontro

A chuva já passou
o vento desenhou o tempo
com os dedos na areia úmida
e nas poças da tarde de verão

A paisagem na aragem
pede um pouco de sol
pétalas de luz na cortina
amarelecem a parede

a vida grita insana
o direito de esperar
as estrelas mortas
que ainda vão nascer

a lua deságua
no céu semi-noturno
e o vento sopra
reclamando a noite



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