O vento que venta daqui é o mesmo que venta de lá? Não, eu sou controvento, ventania de esparramar, até virar brisa, desabotoar a camisa, para o sangue ventilar. Liquificar sem ar controvento suado, prá na liberdade do vento tocar, no sino, um dobrado e ventando poder voar, soando um verso molhado...
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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Boca de cena
Gosto de usar batom. Eles sublinham minhas palavras.
É o meu marcador de textos pessoal. Transferível, apenas, a quem queira entender a minha língua, roubando o sentido interdito das palavras, que engulo. Se não há batom, elas ficam grudadas no céu da boca, esperando o desenho resgate, para não virarem estrelas.
Se quero despejar o que sinto com violência catártica, uso batom vermelho.
Se preciso dizer que amo, pinto os lábios de rosa.
Se o discurso deve ser sedutor uso gloss ou brilho, pois deixam as palavras penduradas nos lábios, o que torna a fala lenta e sensual.
...mas se o texto que pede pra sair é decisivo e definidor, coloco um cor de boca, pra que flua naturalmente, sem rusgas, dobraduras, subterfúgios, falsidades desnecessárias.
O batom emoldura meus dizeres.
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