sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Compotas de amor






Arrebatador
eis o nobre sentimento
Sthendal o cristaliza
Bukowsky o trivializa

no jogo dos sete erros
busca-se acertos
pela janela do sentir
bebe-se a fragrância misturada
nas noites avessas e travessas

As faces maquiadas
ou nuas
desse imortal cárcere-libertador
atravessam vidas
dominadas pela paixão, a vaidade,
admiração, esperança

o sofrimento de Justine de Sade
A Noiva de Lammermoor de Scott
Beatriz, Divinéia, Julieta, Heloísa
sob a insígnia do divino mestre dos sentidos
suavidade do amor e sua loucura
voltam e revoltam
e continuam
almas ternas
alimentadas pela audácia de amar.

As côrtes e os cortes
tecendo oaristos madrigais
seguidos momentos de secura
delicadezas naturalizadas
amor à la Werther

A beleza embrulha-se no tecido
da verdade inventada
feita de amores: docemente cruéis
embriagados de silêncio
ouvidor da falta
da força de falar

comporta apostas
no peso leve das palavras
que o amor indefine
em tudo ou quase nada

ser amado/ amar
morre nesse instante
da generosidade suave
de uma colherada azeda
derramada pelo desastre:
sem saber provar sabor
pelas prateleiras poéticas:
compotas de amor






Nenhum comentário:

Postar um comentário