Não leva a mão maternal
segurando a minha
pela última vez.
Não leva o último
sorriso paterno
numa despedida cortês.
Não leva a alegria
fraterna
de ser livre outra vez.
Não leva o que ficou
de um amor
entranhado na tez
O vento nunca leva
o que foi revestido
de um talvez
O vento sempre deixa-nos
embalados
na insensatez
pelo desejo guardado
das coisas
que a gente não fez
O que o vento não leva
não passa
em um ano, nem um mês...
