sexta-feira, 26 de abril de 2013

Espalho vôos espelhados em olhos livres...


Quando tudo parece me faltar
a liberdade me dá colo
e o vento vai me lambendo as asas
soltando-me de mim e de tudo
que cá na terra de todo dia
acorrenta-me
a cotidianas mediocridades

Confesso que voar é livre demais
pra prender seu sentido em palavras
a brisa gelada do outono
me arrepia os sonhos
e levam as cores retocadas
fazendo brotar canteiros noturnos
encantados pelos tons do amanhecer

Enrolada em meus cabelos
penteio-os ao vento
enxugando versos de orvalho
ao abraçar do sol,
até  a doce inconstância da lua
atravessar a minha ventania
poeticamente incorreta
cheia de uma vontade secreta
de render-me a constelação
do  meu céu particular

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