Ao vê-lo desgarrado
numa caótica poesia
fingindo morrer
apagando a trajetória da rua
atravessada em sua garganta
o vejo seguir...
como uma rima enlouquecida
em busca de um verso livre
Um editor fúnebre
numerando sepulturas
desejando flores murchas
podando pássaros
envenenando-se com o perfume
da vida e de tantas flores
colecionando mortes
oscilando entre o portão
e a partida, mutilando o passado
em inaugurações efêmeras
de um presente embrulhado
por memórias de Pasárgadas
avessas ao cotidiano encoberto
por cortinas rendadas
embaçando o olhar das janelas.
Belo "réquiem". Muito sugestivo "para as flores de plástico"...!
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