As folhas de outono levaram o vento pra longe...
desfez-se em dois
sem razão
o poema descompôs
bocas amalgamadas
por palavras falsas
imagens descoladas
ira sobre as balsas
olhos d'água afogados
sem molharem os pés
ondas de amores ilhados
espalhadas no convés
Nunca mais o beijo frio
seco de tanta espera
no cais a meio fio
o tempo é besta fera
Sobrou só a estiagem
de um tanto que não havia
versos cobrindo a paisagem
na sombra do que escrevia
Sonhos em folhas outonais
pra sempre partidos assim...
num sopro feito em hai kais
levaram estrofes de mim
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