quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Não acredito em despedidas



I

Mordo o sol
somo o sumo
sorrio luas
embaçadas em poças
de uma chuva madura
encharco de vida

II

Sopro  antíteses
brisas grossas
furacões suaves
desenho do silêncio
num deserto baldio
danço em senzalas
desacorrentadas de tudo

III

Despeço-me da chegada
em partidas fragmentadas
numa modesta inteirice
desconstruída no primeiro ato
num ir eterno

IV

Perfumo versos livres
com hálito primaveril de Baudelaire
mastigo girassóis de Van Gogh
abraço paisagens inventadas
num encontro mítico
entre lavras de palavras
 acenos invisíveis entre cegos





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