I
Mordo o sol
somo o sumo
sorrio luas
embaçadas em poças
de uma chuva madura
encharco de vida
II
Sopro antíteses
brisas grossas
furacões suaves
desenho do silêncio
num deserto baldio
danço em senzalas
desacorrentadas de tudo
III
Despeço-me da chegada
em partidas fragmentadas
numa modesta inteirice
desconstruída no primeiro ato
num ir eterno
IV
Perfumo versos livres
com hálito primaveril de Baudelaire
mastigo girassóis de Van Gogh
abraço paisagens inventadas
num encontro mítico
entre lavras de palavras
acenos invisíveis entre cegos
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