para Luis Serguilha
os muros gritam silêncios
que bloqueiam o sentido
dos tecidos voadores
que cobrem essa aldeia de mim
raspas de sonhos vendados
por palavras ásperas de amor
numa calçada beira mar
profana de tanta lisura
pirâmides invisíveis
sacodem fronteiras e ilhas
que trago dentro de todo
alarme musical banhado
de dissonâncias suaves
bacias de anil enfeitaram
os quintais de minha infância-madura
nas mãos de quem me criou
pra me desconstruir
num acampamento de sonhos
que não houve
flores dormentes
me fizeram sensivelmente forte
calidamente Mulher
labirinto de vida segue cego
em pensamentos de misericórdia
pelos que são poesia
nó de cores degeneradas
pano do des_sentido do ser
nas esquinas feitas de palavras
que brindam a sobrevivência
recheada de versos satélites
e tintas de artilharia
forro de casa simples
gotejando sobre as etiquetas caras
costuradas por mãos escravas
borradas e tortas de tanta vida
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