quarta-feira, 9 de junho de 2010

Aragem

É leve
chegando...
Toque
suavemente cruel.
Mexe com a cabeça,
a reboque
bambeia as pernas,
entumece os seios ...
e a coragem.
Provoca  desejos
alheios
de atirar-se
contra a gravidade,
tirar-se o véu
gravidez de sonhos,
jardim florido...
sob um medonho cèu.
Vastidão,
horizonte..
a aragem é rápida...
segue aqui e adiante
eterna inconstância da surpresa
revelando
um novo olhar
no espelho do outro...
que se quer presa.
Rosto desmascarado,
face
sem disfarce.
Agora me reconheço,
quando desfaz-me,
em teus olhos.
A maquiagem
não resiste
a aragem...
insiste,
ameaça.
somos
uma mesma imagem
que se enlaça...



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