O que fazer?
Se controvento
quero te escrever?
Não desejo mais nada
nem comer...
só em uma pancada
te dizer,
poema de outono.
Chega frio, bate
e quase num infarte
me deixa sem sono.
Flutuando louca,
sobre um precipício,
parecendo num hospício
de amor platônico..
Faça e me desfaça,
caindo me abraça
num calor orgânico.
Crendo não descreia
mas inda vagueia,
chega e me incendeia,
num poema irônico
...
Ria e não ria
sobre meu pavio
sopra um vento agônico.
Não te desmereço,
mas apenas teço
um véu amanhecido,
amarelecido
de tão pouco uso
na gaveta esquecido..
um medo, um abuso
que em ti desconheço.
Esse é teu segredo
que me deu coragem.
Largo o tempo
e deixo
eu já nem me queixo
de tanta paragem...
Sigo sem direção,
prá onde quer que esteja...
Vem na contramão
vê se então me beija.
E num contra-não,
meu poema,
seja...
Que imagens lindas você constrói com as palavras, Claudia! Eu já havia passado por aqui, rapidamente, e achado a idéia do blog extraordinária. Hoje, pela primeira vez, li atentamente um dos poemas e amei. Lerei os outros, aos poucos. E a partir de agora, seguirei.
ResponderExcluirBeijo grande e vida longa a esse espaço. Parabéns pela delicadeza, admiro muito isso em você.
Marcio.