Morda essa língua da poesia...
e beba esse verbo que embriaga.
Nunca entendeu a poesia
que ela trouxe de oferenda
jamais entendeu a língua
por renegar seus versos
Não houve, nem haverá
reedição de um texto
apagado numa fogueira
queimado nas águas
noturnas das luzes literárias
Ele foi o engano provocado
por tantas palavras ocas
recheadas de intenções
editadas entre goles de silêncios
O poema foi regado e arrancado
pelo delicado desprezo
das sobras e sombras dele
raspadas do prato da despedida
num banquete de mendigos
pra depois mostrar a festa
e o brinde da felicidade
no lançamento de um romance
que escondia na gaveta do egoísmo
que a chamava de cega
por ela não ver
o que ele não teve coragem de mostrar
essa covardia é uma dívida poética
que habita as entrelinhas de tudo
o que ele venha ler, escrever ou apagar
A leitura dos olhos
chorando poesia
encharcaram as páginas
naufragadas pelo jogo insensato
concluído num beijo e sorriso
que não eram dela
a língua da língua
ainda sente o vinho
e a travessia regada de estrelas
a faz girar moinhos
no brinquedo de cobra-cega
de um vento que o levou
Que poesia intensa e espetacular. Virei sempre beber desse vinho.
ResponderExcluir