sábado, 27 de julho de 2013

Na retina da pele


Evitei  olhar nos olhos do céu, 
para não desejar o impossível.




Já visitei o inferno
quando te achei no paraíso
encontrei minha criança
quando perdi o juízo

Esbarrei o eterno
diante do teu sorriso
gastei toda a esperança
por um prazer indeciso

coloquei chapéu e terno
só pra te dar um aviso
perdi toda confiança
quando acreditar foi preciso

Fiz verão em pleno inverno
um necessário improviso
desfiz sua  temperança
fiz chover sobre o piso

Só não soube ser externo
o teu essencial valorizo
meu coração desgoverno
nesse olhar que poetizo

Na tua pele retina, ainda, deslizo
pois não te olhar no inferno
fez-me no interno ver o paraíso


Um comentário:

  1. Viver, para quem olha mais além que a pele, é sempre uma surpresa.

    Seu poema é deslumbrante.

    Beijo.

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