Evitei olhar nos olhos do céu,
para não desejar o impossível.
Já visitei o inferno
quando te achei no paraíso
encontrei minha criança
quando perdi o juízo
Esbarrei o eterno
diante do teu sorriso
gastei toda a esperança
por um prazer indeciso
coloquei chapéu e terno
só pra te dar um aviso
perdi toda confiança
quando acreditar foi preciso
Fiz verão em pleno inverno
um necessário improviso
desfiz sua temperança
fiz chover sobre o piso
Só não soube ser externo
o teu essencial valorizo
meu coração desgoverno
nesse olhar que poetizo
Na tua pele retina, ainda, deslizo
pois não te olhar no inferno
fez-me no interno ver o paraíso
Viver, para quem olha mais além que a pele, é sempre uma surpresa.
ResponderExcluirSeu poema é deslumbrante.
Beijo.