Pretextei um engano de passaporte.Seguia a esperança à distância, mas me ofereceram um café expresso e, assim, entre um gole e outro, queimando a língua, fui notificada que devia abandonar o território italiano nesse mesmo dia.
Meu amor pela Itália não contava.
Apenas disseram:
- Nada disso. Nós estimamos muito sua presença, mas precisa se retirar do país.
E depois, de maneira poética, de forma oblíqua, informaram-me que era necessária minha expulsão.
Pela primeira vez, fui obrigada a partir, sem nem sequer ter chegado.
O coração de diamante brilhava, enquanto submerso as ruas, cavadas com as unhas feitas, meu amor sangrava silenciosamente pelos bueiros, que barulhavam a porta daquela manhã, enquanto o vento soprava a língua sapecada no café lítero-conficcional.
Amaro?
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