Meu corpo não ouve, fica." Martha Medeiros
No som da ventania da manhã,
desfolhando um romance
descobri um 'alumbramento':
"Atravessei paredes.
Estou do lado de fora."
No filme de ontem,
Comi,rezei, amei
e contemplei que minha palavra é:
attraverssare.
Coincidência?
Não. É apenas minha persona
poética, que virou arte.
Evidência?
Sou todo, e não quero fazer parte.
Me inspiraram a viver,
na ficção pus- me a reler.
Meu corpo não ficou com o que sofria
e fugiu de mim o que nele já não cabia.
O ontem e o anteontem empalideceram.
Pintei um auto-retrato invisível e reverso.E outras "eus" de mim nasceram...
no abstrato tornei-me tangível transverso.
Ei-me: Eu , sem farelos e raspas do passado,
que deixei prá trás, aquém das paredes.
Aqui fora, agora, sou o que estava sufocado,
me alimento de liberdade tecendo redes.
Estou num Olimpo profano
mistura de Pasárgada e Inferno de Dante
Se vai haver desengano?
Tenho a bússula da aventura, sou viajante...
Atravessei, agora sou travessia
'Vou seguindo pela vida..."
me esquecendo de me esquecer
já não quero o que não importe
"tenho muito que viver..."
Não preciso que me suporte.
Hoje faço
de fato,
com régua e compasso
meu querer.
Meu auto-retrato
desinvento e desfaço.
Aprendi a me defender
já não me maltrato.
É a arte imitando a vida ou a vida imitando a arte? Texto profundo, sério... Aqui desnuda-se uma poeta (poetisa), uma mulher... Adorei este texto...
ResponderExcluir"Fuga só de Bach."
ResponderExcluir(Calcanhar de Aquiles)
Queria tanto aprender o que
essa postagem propõe ...
Ai que saudade de você!
Abração apertado e amigo.