sábado, 13 de outubro de 2012

Derramagem




...exibe teu coração no mosaico
da parede que  não construiu
que guarda teu grito de gozo
e entre tijolos teu choro solitário

corre sob teus pés o mesmo rio
que passa por aqui
nunca verás e provarás nem

entre teus braços um vão
espaço metafórico
que torpedeou sem ser
derrame do herói

na tua sombra o tempo
se desfaz na baba
de uma fria lava
numa parede invisível
e sobre o sepulcro erra
enquanto cava
se enterra na poeira do vento
errante sopro
recortes de memoria
do indizível

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