quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Alísio*


Inquieto o vento não passa,
contém-se e sopra pra dentro.
Vai inchando e explode, transpira,
tece erupções cutâneas no tecido da vida.
Investe contra si, pra inflar, virar balão
e quer soltar-se em algum vale longínquo,
em busca de um atalho que o faça mutante.

Vento que faz caminhar o Deserto.
Emudece, só faz soprar...
Só quer ser vento de ventar
e entortar as linhas imaginárias,
que dividem nosso mundo.

                                   * É um vento que sopra dos trópicos em direção ao Equador.





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