sábado, 20 de outubro de 2012

O PECADO DA CONFISSÃO


Os postes trançam as nuas ruas
terço beneditino
os prédios latem alarmes
louvores noturnos
e tudo é madrugada
trevas brilhantes

o dia vai longe
o céu distante
o tempo cobre-nos
semeadura de palavras
e nem ouve nosso silêncio
na epifania premeditada

gritos no deserto do arrependimento
sem perdão
pelos teus santos pecados obtusos

nunca a noite foi tão azul
cobrindo o manto de lavas
abrem-se estradas
covam-se vidas
crucificação do amor

o vento arde
em todas as coisas
de tanta vontade

pede a Deus
pra pecar novamente:
o pecado está
em perdoar-se

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