terça-feira, 4 de setembro de 2012

Mal de primavera


Há uma dor em teus olhos que cala o meu sorriso e faz urrarem cólicas em meus sentidos.
A suave sombra de tua distância, me deteriora o senso e mastiga em lambidas minha esperança.
Sempre em nossos encontros adormecem as palavras, ficamos inconscientes.
Soa dúbio teu silêncio que ecoa dilúvios de pensamentos, perturbando temporais em meu espírito.
Deixas minha alegria de mau humor, meu sangue parado nas veias e uma sensação de morte em tudo.
Vive quando me mata.
Mata quando me dá a falsa sensação de viver.
Saio de ti, pingando tristeza, rasgando gritos na pele e sabendo que a vontade...nunca mais vai...acabar.
Colho espinho em tuas jarras de flores, que pareces querer atirar em mim, simplesmente, porque semeio em teu jardim o amor, cada vez que a luz apaga, que a fala é interrompida e a vontade...não cessa de brotar, na paisagem, o direito de tecer canteiros, sob o solo infértil que me ofereces.
Dói em mim tudo que falta, meu bem-querer cego de pétalas.



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